
Me inspiro nos “grandes”. Nas grandes histórias, nos grandes escritores, nas grandes experiências. Até nos grandes amores, porque eles existem. E são grandes porque mudaram a vida dos amados e porque duraram tanto tempo quanto o tempo pode aguentar e porque eles sobreviveram às tormentas. Pois três grandes amores abalaram meu mundo para sempre:
Pablo Neruda e Matilde Urrutia
Eles se conheceram em 1946, voltaram a se encontrar em 1949 e nunca mais se largaram. Neruda era casado, mas amou Matilde e Matilde o amou ainda assim. Poucos anos depois, o poeta se separou e pediu licença à lua para casar-se com Matilde. Em 1959, ele escreveu Cem Sonetos de Amor, todos dedicados a Matilde. Ele morreu em 1973, de câncer, e um tempo antes escreveu um dos versos mais bonitos que já li, e era para Matilde: “Foi tão bom viver enquanto tu vivias...”
Mario Benedetti e Luz López Alegre
Ele conheceu Luz em 1937, quando tinha 17 anos. Casaram-se em 1946 e segundo ele, era uma vantagem e um investimento ter uma esposa com nome tão iluminado... Ela o acompanhou durante os 12 anos de exílio, fugindo da ditadura militar no Uruguai. Anos depois, Luz esquecia-se de apagar as luzes de casa, tendo a certeza de que apagava... já estava com Alzheimer...Benedetti cuidou de Luz até 2006, quando ela partiu. No último domingo, ele se foi também.
José Saramago e Pilar del Rio
Quando se conheceram ele tinha 64 anos e ela, 36. Em 1986, ela comprou e devorou um livro chamado Memorial do Convento. Dias depois, passou na livraria e comprou todos os livros do autor. Ela, jornalista, quis entrevistá-lo. Ela era de Sevilha, ele de Lisboa. A entrevista durou uma tarde inteira de conversa. Um dia, ele escreveu a ela que se as circunstâncias da vida dela permitissem, iria visitá-la. E as circunstâncias da vida dela permitiram. Ele acredita que Pilar é o seu definitivo amor... e ela gostaria que o clonassem...
4 comentários:
Ai, ai...
Letrícia, vc vive um grande amor!
A pessoa podia escrever uma coisa sobre as amizades, né...
Adoro histórias de amor de verdade. É aquela coisa de estar na presença de algo real, não criado por Hollywood para gerar ansiedades.
Amei.
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