segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Minissaia, taleban, Brasil


Parece que não adiantou nada chegarmos até aqui. A civilização às vezes anda pra trás (tenho medo de que Jack London tenha razão ao ter escrito "A Praga Escarlate", quando a humanidade, depois de um pico cultural e tecnológico involui pra terra de selvagens). É o caso da minissaia. No Afeganistão, sob o regime Taleban, não pode usar. As muçulmanas e hindus – por motivos religiosos, também não podem. No Brasil, na Uniban, também não pode. E, em caso de uso, é legítimo xingamento, piadinha, humilhação e expulsão da faculdade.

Passamos pela contracultura, pela defesa dos direitos da mulher, pelos direitos civis, pela ditadura e não aprendemos nada.

Botar as pernas de fora já foi símbolo de emancipação, do mesmo modo como quando Chanel colocou calças compridas em mulheres. Usar ou não a minissaia fez parte do empoderamento da mulher. No Brasil, não é mais: virou imoralidade. Ou segundo a Uniban, "flagrante desrespeito aos princípios éticos, à dignidade acadêmica e à moralidade”.

Chegamos a uma civilização medíocre... por favor, me levem pra Vênus.