
Dia desses, alguém falou de Barcarena. Segundo o Wikipédia, Barcarena tem 102 mil habitantes é “um importante pólo industrial, onde é feita a industrialização, beneficiamento e exportação de caulim, alumina, alumínio e cabos para transmissão de energia elétrica”. Sei lá se dá pra confiar no Wikipédia, mas o que eu lembro de Barcarena é outra coisa. Eu lembro da Vovó Neném levando a gente pra uma aventura na selva, em Barcarena.
Em 1993, eu estava de férias em Belém e Vovó Neném chegou com a novidade: íamos para Barcarena.
- Barcarena?
Vovó explicou que era um lugar idílico do Pará, uma cidade de praia. Praia? De rio, claro. E explic
ou também o roteiro: primeiro pegava uma balsa, depois um ônibus e aí, pronto! Já era Barcarena...
Lógico que não foi bem assim. Até a parte da balsa, tudo lindo. Foi quase como a abertura da novela Pantanal sem a Isadora Ribeiro (só que no caso era na Amazônia). Teve boto (não era cor-de-rosa), papagaios, natureza exuberante.
Aí a lindeza acabou. Foi só pedreira mesmo, porque descobri que o ônibus até Barcarena não passava por estrada de asfalto (porque ela não existia...), passava por uma clareira aberta no meio da floresta. Mas o pior era o ônibus em si, que lembrava, sinceramente, aqueles dos filmes do Indiana Jones cobertos por tanta poeira que mal se viam. Lá dentro tinha tudo, galinha, criança chorando, porco, cachorro, menos lugar pra sentar.
Entre trancos e barrancos (literalmente), o ônibus chegou a Barcarena. E Barcarena não era um lugar idílico. Tinha uma rua principal e algumas casas, todas iguais. E a praia. Me explicaram depois que as casas pertenciam a uma empresa que extraía alumínio da região, porque, claro, pelo menos nessa época eu imagino que convencer alguém a morar em Barcarena só oferecendo o impossível. Bem, Barcarena cresceu, está como a foto e até virou pólo turístico.
Hoje eu confesso: não foi divertido ir pra Barcarena. Mas eu nunca falei pra Vovó. Essas seriam as últimas férias que passaríamos com ela. E foi uma aventura...
Em 1993, eu estava de férias em Belém e Vovó Neném chegou com a novidade: íamos para Barcarena.
- Barcarena?
Vovó explicou que era um lugar idílico do Pará, uma cidade de praia. Praia? De rio, claro. E explic

Lógico que não foi bem assim. Até a parte da balsa, tudo lindo. Foi quase como a abertura da novela Pantanal sem a Isadora Ribeiro (só que no caso era na Amazônia). Teve boto (não era cor-de-rosa), papagaios, natureza exuberante.
Aí a lindeza acabou. Foi só pedreira mesmo, porque descobri que o ônibus até Barcarena não passava por estrada de asfalto (porque ela não existia...), passava por uma clareira aberta no meio da floresta. Mas o pior era o ônibus em si, que lembrava, sinceramente, aqueles dos filmes do Indiana Jones cobertos por tanta poeira que mal se viam. Lá dentro tinha tudo, galinha, criança chorando, porco, cachorro, menos lugar pra sentar.
Entre trancos e barrancos (literalmente), o ônibus chegou a Barcarena. E Barcarena não era um lugar idílico. Tinha uma rua principal e algumas casas, todas iguais. E a praia. Me explicaram depois que as casas pertenciam a uma empresa que extraía alumínio da região, porque, claro, pelo menos nessa época eu imagino que convencer alguém a morar em Barcarena só oferecendo o impossível. Bem, Barcarena cresceu, está como a foto e até virou pólo turístico.
Hoje eu confesso: não foi divertido ir pra Barcarena. Mas eu nunca falei pra Vovó. Essas seriam as últimas férias que passaríamos com ela. E foi uma aventura...
3 comentários:
Que rendeu um texto muito legal. Viu, até roubadas podem ter seu lado bom :)
é, roubadas sempre têm um lado bom anos depois...
Nem te falei que chorei qdo li esse texto sobre barcarena...Saudades imensas da vovó...
Postar um comentário