
Era setembro, a terra e o tempo estavam secos, num dos mais rigorosos períodos de seca da Capital, quando Oscar Azevelo desapareceu sem deixar rastros naquela tarde de quarta-feira modorrenta. Ele, um homem de meia idade que morava sozinho no nº 308, sumiu misteriosamente, dentro de seu próprio apartamento, sem sinais de arrombamento. A porta estava trancada e o imóvel impecável, como de costume.
Oscar Azevedo era solteiro e muito organizado. Trabalhava como corretor de imóveis havia 15 anos, morava ali há 10 e era síndico há três. Educado, simpático e bem apessoado, além de muito reservado, ele era reconhecido pelos moradores como o homem que mudou para sempre o condomínio. Remodelou o prédio (que tinha um quê de barroco decadente dos anos 50 e passou a ter um visual mais moderno e revigorante), trocou a caixa d´água que nunca tinha sido trocada, mudou o piso do pilotis e colocou câmeras para alívio dos moradores inseguros.
O síndico-corretor era um homem de uns 50 anos e ao que parece não tinha família. Nunca falou de ex-mulher e filhos. Era sozinho. Os moradores nunca viram visitas chegarem ao nº 308 enquanto lá ele morou. E era até estranho, porque Oscar Azevedo não era um homem feio, era até bem charmoso, alto, corpo em forma já que era adepto de corridas. Todo dia, impreterivelmente às 6h, ele saía para dar sua “corridinha”. Era vaidoso, andava bem vestido, com ternos bem cortados, perfume importado.
Segundo investigações da Polícia, Oscar Azevedo não tinha inimigos. Assim como não tinha amigos. Era, como comentou um agente (este era formado em literatura, mas acabou virando policial e se converter à categoria dos que têm emprego), um “estrangeiro de Cammus”. Vivia como se não existisse. Passou pela vida sem deixar rastros, desapareceu como se nunca tivesse vivido. Ninguém notou sua ausência até o dia da reunião do condomínio, numa quarta-feira, lembra a vizinha do apartamento ao lado, que também era a vice-síndica.
Oscar Azevedo não deixou saudades, não deixou dívidas, não deixou amigos, não deixou feitos, nem mau feitos. Sumiu e só o descobriram sumido numa quarta-feira modorrenta de setembro. Na hora em que o chaveiro arrombava sua porta e entrava em seu apartamento com ares sofisticados, tocava Vanessa Damata: “Não me deixe só, eu tenho medo do escuro, eu tenho medo do inseguro...”. E ninguém achou que aquilo era sinal de nada.
Oscar Azevedo era solteiro e muito organizado. Trabalhava como corretor de imóveis havia 15 anos, morava ali há 10 e era síndico há três. Educado, simpático e bem apessoado, além de muito reservado, ele era reconhecido pelos moradores como o homem que mudou para sempre o condomínio. Remodelou o prédio (que tinha um quê de barroco decadente dos anos 50 e passou a ter um visual mais moderno e revigorante), trocou a caixa d´água que nunca tinha sido trocada, mudou o piso do pilotis e colocou câmeras para alívio dos moradores inseguros.
O síndico-corretor era um homem de uns 50 anos e ao que parece não tinha família. Nunca falou de ex-mulher e filhos. Era sozinho. Os moradores nunca viram visitas chegarem ao nº 308 enquanto lá ele morou. E era até estranho, porque Oscar Azevedo não era um homem feio, era até bem charmoso, alto, corpo em forma já que era adepto de corridas. Todo dia, impreterivelmente às 6h, ele saía para dar sua “corridinha”. Era vaidoso, andava bem vestido, com ternos bem cortados, perfume importado.
Segundo investigações da Polícia, Oscar Azevedo não tinha inimigos. Assim como não tinha amigos. Era, como comentou um agente (este era formado em literatura, mas acabou virando policial e se converter à categoria dos que têm emprego), um “estrangeiro de Cammus”. Vivia como se não existisse. Passou pela vida sem deixar rastros, desapareceu como se nunca tivesse vivido. Ninguém notou sua ausência até o dia da reunião do condomínio, numa quarta-feira, lembra a vizinha do apartamento ao lado, que também era a vice-síndica.
Oscar Azevedo não deixou saudades, não deixou dívidas, não deixou amigos, não deixou feitos, nem mau feitos. Sumiu e só o descobriram sumido numa quarta-feira modorrenta de setembro. Na hora em que o chaveiro arrombava sua porta e entrava em seu apartamento com ares sofisticados, tocava Vanessa Damata: “Não me deixe só, eu tenho medo do escuro, eu tenho medo do inseguro...”. E ninguém achou que aquilo era sinal de nada.
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